quarta-feira, 13 de junho de 2007

WALT WHILT ROSTOW

ROSTOW E AS ETAPAS HISTÓRICAS
1. A SOCIEDADE TRADICIONAL
2. AS PRÉ-CONDIÇÕES PARA A DECOLAGEM
3. A DECOLAGEM
4. MARCHA PARA A MATURIDADE
5. A ERA DO CONSUMO EM MASSA


Rostow utiliza uma metodologia histórica para dar suporte à sua teoria e buscar o entendimento do processo de desenvolvimento econômico. Segundo Todaro (1997), após a Segunda Guerra, o procedimento chamado de Teoria dos Estágios Lineares[1] foi utilizado por economistas dos países industrializados para entender a transformação das sociedades agrárias em potências econômicas. Assim, seria possível desenhar uma trajetória de modernização em países da América Latina, Ásia e África semelhante aos caminhos dos países então industrializados.
Neste intuito, Rostow publica, em 1960, o livro “The Stages of Economic Growth”.
O fator político, e mais especificamente o ideal nacionalista, é considerado preponderante na efetiva transição da sociedade tradicional para uma sociedade moderna. A questão importante é direcionar essa força nacionalista no sentido da mudança, quebrando elos de poder criados em âmbito regional por proprietários de terras empoderados por um poder colonial. Este processo, em sociedades tradicionais, é delicado, pois:
Once modern nationhood is established, different elements in the coalition press to mobilize the newly triumphant nationalist political sentiment in different directions: the soldiers, say, abroad; the professional politicians, to drive home the triumph of the centre over the region; the merchants, to economic development; the intellectuals, to social, political and legal reform.
The cast of policy at home and abroad of newly created or newly modernized states hinges greatly, then, on the balance of power within the coalization wich emerges and the balance in wich the various alternative objectives of nationalism are pursued. (MEIER e SEERS, 1985, p. 233).

Para Rostow, as sociedades - no decorrer do processo de evolução econômica -, passam por cinco etapas diferentes e seqüenciais, determinantes do estado de progresso sócio-econômico vigente. MEIER e SEERS (1985).


1. A SOCIEDADE TRADICIONAL

A sociedade tradicional, com predominância de técnicas rotineiras e arcaicas de produção[2] é a primeira categoria descritiva. A principal atividade econômica é a agricultura, caracterizada por uma produção instável e de pequeno rendimento per capita, devido a eventos que fogem ao controle desta categoria de sociedade, como: pragas, secas e guerras. LEITE (1983).
Nesta configuração, a forte presença de laços familiares é marcante e o centro do poder político e econômico se restringe aos proprietários de terras. Rostow estudou nesta esfera da sociedade as mudanças políticas, econômicas e de estrutura social.

2. AS PRÉ-CONDIÇÕES PARA A DECOLAGEM

A segunda etapa na cronologia do desenvolvimento é denominada por Rostow de “As pré-condições para a decolagem”[3]. A população começa a aceitar e assimilar os conhecimentos científicos e tecnológicos[4], e começa um processo de formação de um estado político nacional. Sobrevém a diversificação das atividades econômicas e, decorrentes deste processo, surgem mudanças nas estruturas institucionais vigentes.
A agricultura cede lugar aos setores industriais e de serviços, porém ganha importância como supressora de alimentos para a população, tendo a realização da produção agrária papel importante na criação de demanda para produtos manufaturados, além de fornecer recursos para investimentos em outros setores da economia. LEITE (1983).
Como resultado da maior educação entre a população, há uma queda na taxa de natalidade, contra-balanceada devido às melhores condições médico-sanitárias, tornando discretamente positivo o crescimento demográfico. A educação toma lugar de destaque entre as medidas priorizadas pela população, sendo os laços familiares substituídos pelas habilidades individuais, como objeto de valoração social. Fortes investimentos são realizados, em grande parte pelo Estado[5], em infra-estrutura de transportes e comunicações.
Rostow constata que a mudança da ‘Sociedade Tradicional’ para uma sociedade em “Pré-condições para o decolagem” é sustentada por fatores endógenos disponíveis ao alcance da sociedade. O autor cita, como exemplo, que as mudanças ocorridas na Europa Ocidental e que resultaram na transição do estágio de desenvolvimento foram pautadas na geografia favorável, na disponibilidade de recursos naturais, no comércio externo e em estruturas sociais e políticas adequadas. Em contrapartida, outras regiões do mundo em que não ocorreram evoluções desta ordem, fatores exógenos são responsabilizados pelo relativo impulso imposto à comunidade. Estes fatores exógenos decorrem – principalmente - da influência de sociedades mais adiantadas que, buscando interesses próprios, acabam por acelerar o desenvolvimento destas sociedades mais tradicionais.

3. A DECOLAGEM

A etapa seguinte no processo de desenvolvimento é denominada de “a decolagem (Take-off)”. A principal característica deste estágio é o aumento da taxa de investimento líquido[6] produtivo, que de 5% da renda nacional[7] na fase anterior, passa a 10%. Como resultado deste incremento, os setores industrializados passam a crescer a taxas maiores que os outros setores da economia. O aumento generalizado da renda dentro do sistema econômico propicia o aumento da renda per capita[8].
Rostow chama a atenção para o rápido desenvolvimento de uma estrutura político-social e institucional[9], que proporcione uma sustentação da expansão econômica por vinte anos, tempo de duração médio desta fase.
Passados estes vinte anos, marcados pelo Take-off, a sociedade passa por mais quarenta anos em uma condição descrita por Rostow como ‘A Marcha para a Maturidade’.

4. MARCHA PARA A MATURIDADE

Neste estágio, o domínio da tecnologia de ponta e a possibilidade de produção de qualquer bem industrial são realidades. O ritmo de investimento chegará a 20% da renda nacional, de forma a ultrapassar o ritmo de crescimento demográfico. A indústria, e principalmente os serviços, compreendem a maior parte da atividade econômica. Estas condições econômicas tendem a gerar um processo de substituição de importações combinado com um marcante aumento nas exportações. O crescimento se torna auto-sustentado.

5. A ERA DO CONSUMO EM MASSA

A ‘Era do Consumo em Massa’ é a penúltima etapa da trajetória descrita por Rostow, na qual a população experimenta um alto nível de vida. Este nível de vida é caracterizado pela transposição dos parâmetros de consumo básico pela população, que usufrui do conforto que uma sociedade altamente industrializada oferece. A produção e comercialização de bens duráveis representam a maior parte da economia, em especial os de elasticidade-renda elevada. A Europa Ocidental e o Japão, para Rostow, entraram nesta fase na década de 1950.
Os Estados Unidos, na referida época, passaram da ‘Era de Consumo em Massa’ para uma etapa posterior, denominada de ‘Para Além do Consumo em Massa’. As necessidades das pessoas são geradas pelo esforço de marketing das grandes empresas e as motivações para o consumo emanam de aspirações sociais, como prestígio ou exclusividade. Cabe, assim, a definição de desenvolvimento em Rostow por Ribeiro (2004):
(...)desenvolvimento é o nome dado ao processo pelo qual o ser em questão, no caso a sociedade, percorre o caminho, que lhe é inerente percorrer, pelo qual “desenvolve” suas potencialidades, desenvolve o que já no início contém, mas só em germe, e cuja realização é por princípio o seu objetivo. Com uma formulação como está estamos na presença absoluta da “necessidade histórica” do determinismo evolucionista. (RIBEIRO, 2004, p. 4).
As sociedades, em sua trajetória de desenvolvimento, estão condicionadas pelo determinismo histórico de Rostow, onde o progresso é um processo incremental e relaciona-se estritamente com o esforço econômico, político e social advindo do interior da sociedade.
Tabela 2. Variáveis sócio-econômicas e seus parâmetros por etapa em Rostow.

Fonte: Leite (1983).

Figura 2. Esquema ilustrativo das etapas de Rostow.

FONTE: O autor

Tabela 3. Quadro resumo da teoria das etapas históricas de Rostow.


TESE
Há relação entre determinantes sociais e estágios econômicos como parte do processo histórico de desenvolvimento econômico.

PONTO DE SAÍDA
Aproximação entre aspectos sociais e econômicos.

OBJETIVO DO ESTUDO
Associar uma condição social a um padrão econômico, em uma perspectiva de evolução positiva.

METODOLOGIA
Descrição histórica das condições sociais e econômicas de uma sociedade, observando a taxa de crescimento demográfico, taxa de investimento liquido, produto nacional bruto, tecnologia disponível e estrutura social.

RESULTADOS
Uma sociedade pode ser dividida em seis estágios de desenvolvimento, de acordo com sua condição sócio-econômica: tradicional, pré-decolagem, decolagem, marcha para a maturidade, consumo em massa, para além do consumo em massa.

FONTE: O autor

[1] “Moreover, was it not true that all modern industrial nations were once undeveloped agrarian societies? Surely their historical experience in transforming their economies from poor agrricultural subsistence societies to modern industrial giants had important lessons for the “backward” countries of Ásia, África, and Latin America”. (TODARO, p. 71, 1997)
[2] Rostow denomina estas técnicas rotineiras de produção de ciência e tecnologia “pré-newtoniana”. LEITE (1983).
[3] Neste estágio, é mister a construção de um estado nacional eficaz que suplante os interesses regionais e locais, minimizando o poder dos proprietários de terra. LEITE (1983).
[4] Rostow, citado por Ribeiro (2004), afirma “(...) growth is the consequence of the progressive, efficient absorption into the economy of new technologies.”
[5] O estado deve não apenas elevar suas taxas de investimento, porém pleitear condições que permitam um crescimento da renda continuado. LEITE (1983).
[6] O investimento líquido corresponde ao investimento total subtraído do consumo de capital, ou em outras palavras, a quantia adicionada ao estoque de capital durante o período. SELDON e PENNANCE (1977).
[7] “A soma de todos os rendimentos percebidos, durante determinado período de tempo, pelos habitantes de um país, a título de remuneração dos fatores de produção. Inclui salários, lucros, juros, aluguéis, arrendamento, as receitas percebidas por aqueles que trabalham por conta própria e ainda os lucros e rendas líquidas dos organismos governamentais (...)”. SANDRONI (1999).
[8] Divisão da renda total (antes da dedução de impostos de renda e pessoais) pela população. Utilizado como indicador de desenvolvimento de uma nação. SANDRONI (1999).
[9] Rostow (1960) determinou as datas da etapa referente à decolagem para estes países: Grã-Bretanha (1783-1802), França (1830-1860), Bélgica (1833-1860), EUA (1843-1860), Alemanha (1850-1873), Suécia (1878-1900), Japão (1878-1900), Canadá (1896-1914).

JOSEPH ALOIS SCHUMPETER

SCHUMPETER E A QUEBRA DE UM PARADIGMA








1. SCHUMPETER E A TEORIA DO EQUILÍBRIO GERAL


2. A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


3. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA


4. O EMPRESÁRIO INOVADOR E O CAPITALISTA


5. O BANQUEIRO E O CRÉDITO


6. A DESTRUIÇÃO CRIADORA










1. SCHUMPETER E A TEORIA DO EQUILÍBRIO GERAL

Em sua juventude, Schumpeter escreveu uma magnífica sistematização da ciência econômica, enfatizando a Teoria do Equilíbrio Geral[1], em livro chamado “Das Wesen und der Hauptinhalt der theoretischen Nationalökonomie”[2] (1908). Esta obra foi elogiada em vida pelo próprio Leon Walras, a quem Schumpeter muito admirava. Segundo SILVA (2002), as indagações feitas neste livro servirão de embasamento para os posteriores trabalhos de Schumpeter. As questões por Schumpeter abordadas, sempre envolvendo a ciência econômica e seu caráter científico, sua interação com outros campos do conhecimento, o papel da matemática em possíveis modelagens, bem como a diferença entre estática e dinâmica, estado estacionário e desenvolvimento, abrirão caminho para futuras conclusões que influenciarão gerações de economistas, mudando o modo de se fazer ciência econômica.
O modelo walrasiano tem como premissas básicas o estado comercialmente organizado com propriedade privada, divisão do trabalho e livre concorrência. O caráter estático deste modelo pode ser captado pela idéia de que o sistema de valores vigentes no período presente irá determinar o comportamento dos agentes no futuro, estando suas reações determinadas pelos métodos econômicos usuais. Logo, o sistema econômico estará sempre vinculado ao estado anterior, e toda oferta criará sua demanda, inexistindo mudanças na esfera econômica de caráter endógeno. Schumpeter chama este modelo de “Fluxo Circular”. SOUZA (1995).
Neste sistema a variável ‘preço’[3] é a informação econômica determinante, embasando as decisões dos agentes, subjugando a criação e utilização de tecnologia na esfera produtiva. O consumidor é considerado o líder do processo produtivo, pois é a partir das preferências dele, aliado ao processo de maximização do lucro pela firma, que ocorre a orientação do processo produtivo.
Os agentes econômicos possuem racionalidade absoluta e o ambiente econômico é marcado pela perfeita simetria de informações. O crescimento econômico está ligado ao ritmo de crescimento demográfico e ocorre o pleno emprego simultâneo dos fatores de produção nos mercados de bens, trabalho e capitais.

2. A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Schumpeter propõe a ruptura[4] com esta maneira de modelar a economia em seu livro “A Teoria do Desenvolvimento Econômico” (1911). Até ali, o desenvolvimento econômico era tema pertencente ao campo da História Econômica.
Partindo da análise da dinâmica econômica não captada pelo modelo de equilíbrio geral[5], onde desenvolvimento econômico era sinônimo de crescimento econômico, Schumpeter redefine conceitos e cria novas categorias teóricas que permitem uma análise inédita dos saltos qualitativos existentes no mundo concreto. A definição de Schumpeter para desenvolvimento econômico é:
(...) uma mudança espontânea e descontinua nos canais de fluxo, perturbação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente. (SCHUMPETER, 1982, pg. 47).

Assim, o processo de desenvolvimento econômico é resultante de mudanças revolucionárias (não mais vinculadas ao passado) geradas no bojo do sistema produtivo econômico.
Entenderemos por “desenvolvimento”, portanto, apenas as mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa. (SCHUMPETER, 1982, pg. 47).

Como um esforço de criar uma teoria que incorpore fatos do mundo concreto de maneira mais efetiva que seus predecessores, Shumpeter considera o ambiente econômico permeado por incertezas, principalmente no tocante à realização da produção, e o tempo econômico passa a ser fundamental, pois as decisões dos agentes no presente impactam o comportamento do sistema econômico no futuro.

3. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

O desenvolvimento econômico, em Schumpeter, está embasado na inovação tecnológica, promovida pelo empresário inovador. A inovação é definida como um processo de orientação inédita dos fatores de produção, no intuito de introduzir na esfera da vida econômica os seguintes componentes:



a) novo bem;
b) novo método de produção;
c) novo mercado;
d) nova fonte de matérias-primas;
e) nova organização de qualquer tipo de indústria.



Porém, a introdução desta nova configuração de fatores de produção, em qualquer uma das cinco situações propostas, deve ocorrer de maneira radical, ou seja, não resulta de ajustes estruturais efetivados com o passar do tempo[6].
Esta inovação radical irá competir com a antiga combinação de fatores de produção e acabará por substituí-la, repercutindo os efeitos decorrentes desta mudança por toda a economia. LIMA (1996).

4. O EMPRESÁRIO INOVADOR E O CAPITALISTA

A inovação tecnológica nasce das mãos do empresário inovador[7], que ao obter crédito junto ao sistema financeiro, controla e reorienta os fatores de produção. O empresário, em Schumpeter, não é o capitalista e tampouco o administrador dos negócios, pois sua existência é restrita ao intervalo de tempo que compreende a criação, desenvolvimento e realização da inovação. Em outras palavras, ele é responsável pela transformação de uma invenção tecnológica em liderança econômica. SOUZA (1995).
O empresário inovador é dotado de uma força de vontade superior à média da população, pois enfrenta as dificuldades impostas pela resistência às mudanças que a coletividade impõe. Assim, ele manipula o ambiente produtivo exercendo uma função de liderança, confiando na sua intuição e motivado pelo prestigio social ou, principalmente, pela esperança dos lucros extraordinários oriundos do sucesso da inovação. SCHUMPETER (1982).
Na teoria de Schumpeter, o capitalista (detentor dos fundos de poder de compra) tem a função de emprestar dinheiro para o empresário inovador, adquirir títulos no mercado financeiro e especular na bolsa de valores. O capital, para Schumpeter, é sinônimo de um fundo de poder de compra, nada mais que o total dos meios de pagamento disponível, em dado espaço de tempo, para o fomento das inovações pelo empresário.





5. O BANQUEIRO E O CRÉDITO

Schumpeter utiliza também a figura do banqueiro, que capta recursos financeiros junto aos capitalistas e os disponibiliza aos empreendimentos do empresário. O banqueiro, porém, pode ampliar a quantidade de meios de pagamento em uma economia, com o intuito de transferí-lo ao empresário. Esta criação de poder de compra é a materialização do desenvolvimento econômico, permitindo aos empresários o adiantamento da propriedade da produção social e promovendo a realização de inovações. A isto Schumpeter chama de crédito[8].
O crédito, presente apenas para inovações e não para a esfera do consumo, é essencial para o sucesso do empresário, visto que este não detém a propriedade dos meios de produção.
A emissão de crédito pelo banqueiro gera, na economia, uma onda inflacionária. A inflação resulta dos altos preços estabelecidos pelas empresas inovadoras e decresce à medida que as conseqüências da concorrência oriundas do fenômeno da imitação espalham-se pela economia.


Figura 1. Diagrama dos elementos conceituais em Schumpeter.

FONTE: O autor.



6. A DESTRUIÇÃO CRIADORA

Neste processo de crédito – inovação – imitação, ocorre o que Schumpeter chamou de ‘destruição criadora’. Os empréstimos elevam o preço dos fatores de produção, transformam as combinações antigas, menos produtivas, para novas configurações, mais produtivas. Como conseqüência, as empresas com menor dinamismo e que não atendam às novas especificações produtivas são eliminadas.
A eliminação das empresas menos produtivas reduz a demanda por crédito e por fatores de produção. Aliado a este fato, os elevados lucros criados pela inovação (lucros empresariais) permitem às empresas o pagamento dos empréstimos feitos anteriormente além de possibilitar uma condição de autofinanciamento. Disto decorre uma deflação, devido a uma contração da oferta monetária. LIMA (1995).










Tabela 1.Quadro resumo da teoria de Schumpeter sobre o desenvolvimento econômico.



TESE
Teorizar sobre o desenvolvimento econômico, como processo diverso do crescimento econômico, baseado em pressupostos próprios.


PONTO DE SAÍDA
Crítica à capacidade da Teoria do Equilíbrio Geral em explicar a dinâmica evolutiva econômica de uma sociedade capitalista.


OBJETIVO DO ESTUDO
Expor os principais componentes atuantes no processo de desenvolvimento econômico e suas inter-relações. Mostrar o caráter descontínuo da evolução econômica.


METODOLOGIA
Ênfase no papel do empresário inovador, como indutor de cinco tipos de inovações capazes de gerar mudanças de natureza endógenas no circuito econômico. Estudar o papel do crédito ao produtor, proveniente do capitalista e disponibilizado pelo banqueiro. Apontar a existência e causas dos ciclos econômicos.


RESULTADOS
O desenvolvimento econômico ocorre via inovações difundidas através do empresário e sustentadas por crédito, na sociedade capitalista, a partir de dentro da esfera econômica.


[1] Schumpeter acreditava que a fronteira da economia teórica estava no sistema de equilíbrio geral estático walrasiano.
[2] Das Wesen und der Hauptinhalt der theoretischen Nationalökonomie, foi publicado apenas em alemão (menos de 1000 cópias), japonês e italiano. O livro, já em 1931, havia virado peça de colecionador.
[3] “Neste sistema social de valores se refletem todas as condições de vida de um país... O sedimento do sistema social de valores é o sistema de preços”. (SCHUMPETER, 1982, p. 42)
[4] Uma discussão interessante sobre a dinâmica de Schumpeter e suas relações com a noção de equilíbrio walrasiano está presente em Lima (1996).
[5] Segundo Schumpeter (1982), o instrumental analítico do modelo de equilíbrio geral falha na análise dois pontos centrais: as mudanças geradas no interior da economia e sua correlata descontinuidade temporal.
[6] Ainda que não seja a regra, as empresas novas são as indutoras por excelência das inovações. “(...) em geral não é o dono de diligências que constrói estradas de ferro”. (SCHUMPETER, 1982, pg. 49).
[7] O empresário é o indutor da inovação, porém “(...) nunca é aquele que corre risco. Quem concede crédito sofre os reveses se a empresa fracassar”. (SCHUMPETER, 1982, pg. 92).
[8] Segundo SOUZA (1995), Schumpeter é o idealizador do moderno banco de desenvolvimento.